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quarta-feira, 15 de junho de 2011

CRÔNICAS DE UM FIM DE SEMANA: A AVENTURA, A RECONSTRUÇÃO E A MAGIA

Bem meus caros leitores, sei que chamá-los de meus soa meio possessivo, mas tenho criado uma relação legal com o blog e, por conseguinte, com vocês também. Então vamos ao nosso próximo acontecimento, nosso próximo assunto, sim, nosso, pois essa relação já está estabelecida, apesar de que gostaria que a via de mão dupla fosse mais utilizada. Isso mesmo, tá vendo aquele botãozinho ali embaixo, “comentários”, então, é só clicar nele e escrever alguma coisa sobre o que achou do post.

Mas vamos ao que interessa não é, a grande troca de experiências proposta nesse blog. Há alguns dias vi uma entrevista de um rapaz, no Programa do Jô, que havia ganhado uma promoção para realizar uma viagem pelo mundo que duraria 99 dias com uma única condição, ele teria de manter um blog e contar cada dia da viagem com a obrigação de descobrir uma coisa nova a cada dia. Dessa experiência ele pôde extrair uma nova tendência, de que a informação hoje está muito rápida e disponível nos mais variados e gigantescos veículos de comunicação. Então porque raios alguém ia ler um blog como este aqui? É justamente aqui que entra a tendência, as pessoas, cada dia mais, querem saber de pequenas experiências, momentos pelos quais pessoas simples do cotidiano passam e que são extremamente interessantes e muitas vezes, mais interessantes que saber mais um pouco sobre o tsunami no Japão ou a morte de Osama Bin Laden, pois isso já está ali, massificado.
Visto isso, vamos para a aventura, pois é nisso que tenho investido meu tempo ultimamente, em descobrir novos nano ciclos dentro dos micro ciclos em que nossa vida se divide. Primeiro, temos de entender que nada na vida é para sempre, apesar de nos sentirmos tão seguros dentro de um desses micro ciclos que não queremos nos desapegar de forma alguma, sendo muito sofrido quando alguém nos desapega pela força. Por outro lado, precisamos enxergar isso como a quebra de um paradigma e que quebrar paradigmas é sempre muito bom, é estar na vanguarda dos acontecimentos, na explosão do big bang, no olho do furacão. É preciso entender que as pessoas também estão quebrando constantemente os seus próprios paradigmas e que na maioria das vezes são apenas seres humanos, com alguma ou toda falta de caráter, que cruzaram nossas vidas num momento de carência extrema, não os culpe por isso, a vida o fará em algum momento. Porque ao menos eu, como um refrão de um bolero, eu fui sincero, talvez mesmo como não se deve ser, mas paciência, isso me permite viver o meu sentimento ao máximo e fico com pena de quem não o faz.
Nuss, acho que perdi o foco filosofando um pouco. Voltando a aventura, preciso contar que mais coisas boas tem acontecido a cada dia. A maior proximidade com os amigos e a falta de qualquer amarra ou compromisso de hora para chegar ou sair de qualquer lugar tem me levado ao mundo do inimaginável, com uma surpresa atrás da outra, mas também sem ser uma piração total para poder aproveitar ao máximo cada pequeno momento mágico.
Tenho conhecido pessoas novas, na sua maioria muito mais interessantes e com muito mais coisas a me acrescentar. Ponto, a ficha começa a cair e começo a perceber que a quebra desse paradigma foi muito melhor para mim, isso porque ainda nem saí do Brasil, imagina quando estiver na Espanha.
Aí é que a aventura se combina com a reconstrução e com a magia. É aí que vemos o quanto os nãos podem nos estagnar e quanto dizer sim a um simples convite pode nos fazer bem. Para entender a reconstrução, que, aliás, muitos podem ter visto nas minhas redes sociais e não ter entendido, eu me fiz uma proposta e estabeleci uma meta, sendo que para cada coisa boa que acontecer na minha vida para frente eu acrescento alguns por cento no que chamei de reconstrução da alma. Para quem acompanha o blog, deve saber o porquê eu considero ter sido desapropriado da minha alma, pois realmente durante um tempo eu não me sentia muito mais como eu mesmo, mas a cada por centinho que é acrescentado ali, sinto que eu ainda estou ali em algum lugar e que decepção nenhuma vai me derrubar, porque sou forte, sou centrado, focado, objetivo, insistente, persistente e acredito muito no ser humano e principalmente em mim mesmo.

Vou fazer uma ressalva para algo que ouvi nessa última semana e que me rendeu alguns por cento a mais no meu projeto: “Hugo, você é uma daquelas pessoas boas que todo mundo deveria conhecer um dia.” Isso me deixou muito #FELIZ, e há muito tempo eu não me sentia assim, um pouco eu de novo, ou TIPO ISSO (rsrsrs).
Assim, percebo o quanto essas mudanças são necessariamente óbvias, mas difíceis de digerir e também o quanto meus olhos estiveram fechados para um mundo de possibilidades inimagináveis às quais eu não sei dizer por que raios eu pensei, e muito, em renegar em nome de algo que eu nem mais sei por quê. Agora eu talvez entenda que se todo pé descalço tem seu chinelo velho, o meu pé descalço não foi feito para um chinelo velho, mas sim para os mais belos sapatos, não só belos mais cheios de “conteúdo”.
O grande problema sempre são as lembranças, mas como já dizia o sábio “Se você não consegue mudar o que sente por uma pessoa, mude o que você pensa sobre ela”, e é exatamente do que se trata, visto que na maioria das vezes você nem precisa mudar o que você pensa já que a própria pessoa te mostra o que ela é de verdade, só você que não quer enxergar. Nossa sanidade (ou insanidade) se deve basicamente à maneira como nossas lembranças são assimiladas. Como bem disse Adam Philips, em sua obra “O Flerte”, “As pessoas procuram tratamento psicanalítico porque o modo como estão lembrando não as libera para esquecer”.
Eu digo e repito, tratamento psicanalítico ou psicológico é o caralho! Acredito sim que existam patologias que precisem desse tipo de tratamento, mas não há dor ou decepção que você não cure sozinho. Imploramos a Deus para esquecermos de coisas ruins, quando na verdade não precisamos esquecer, mas lembrar da forma correta, visto que lembrando como se deve, a ânsia por esquecimento poderá até ser dispensada, nos levando a não mais precisar esquecer, e não precisando vai ver até esqueceremos. Nossas lembranças do passado precisam de eixo, correção de rota, dimensão exata e avaliação fria – pena que nada disso seja fácil. Costumamos lembrar com gosto pelo épico e pelo exagero. O que se faz necessário na verdade é ir até o fundo, mas segurar a onda, descer até o ponto mais baixo, chorar, olhar a dor no olho, extrair a alma de dentro de nós mesmos, espedaçá-la ao máximo para que não sobre nada e aí sim vir com força total para aproveitar tudo de bom que a vida pode de fato te dar. E por favor, não me venha com essa babaquice de dizer que o que escrevo é recalque, pois é muito pelo contrário e, aliás, eu nem devia estar dando explicações sobre isso, pois diferentemente de quem precisa interferir na vida dos outros, sou muito bem resolvido.
Olha eu aqui outra vez desviando do foco, mas é que isso aqui nem de longe vai ser um blog “Meu Querido Diário”, pois conterá sempre minhas impressões e sentimentos sobre o que vai acontecendo, na maioria das vezes comigo mesmo. E outra, não tem jeito, os posts ficam meio grandinhos mesmo, mas se tiver ruim falem aí que eu passo a dividí-los em partes. Mas, voltando aos acontecimentos, esse último fim de semana, que não me prometia nada, acabou sendo cheio de coisas boas. Primeiro, por uma aposta que fiz, sobre o jogo da final da Copa do Brasil entre Vascão Campeão x Coritiba. Nem preciso dizer que perdi a aposta e quem perdesse pagaria uma prenda escolhida pelo outro, e como a idéia é se jogar, não vi problemas. Ledo engano, eu fui surpreendido com um telefonema surpresa já na noite de quinta-feira com uma voz do outro lado: “Já sei a sua prenda! Você vai ter que dançar a quadrilha da festa junina, porque o meu par acabou de abandonar o barco” (como diria uma amiga: “que bote errado”). Pedi um tempo e uma hora depois eu disse que porque não, mesmo porque eu fiz para mim mesmo essa mesma pergunta.
Lá fui eu na sexta-feira com uma roupa meio cafona, chapéu de palha que ela mesma arranjou e ainda por cima fez questão de pintar com lápis de olho, um bigode e costeletas em mim, que fiquei parecendo o Fred Mercury ou tipo isso. Na verdade eu achei que ia ser um super mico, mas aí que entra a magia da coisa, isso me remeteu a lembranças muito boas, da infância e adolescência, quando dançava quadrilha lá na minha pequena cidade sobre a qual falei no post inicial, com os amigos de uma vida com os quais tenho tido muito pouco contato ou quase nada, e com os poucos que ainda tenho fazem questão de trocar uma amizade de uma vida para fazer parte de algo que eu não posso concordar e que às vezes eles mesmo dizem não concordar, coisa que já não entendo e nem farei mais questão de tentar entender.

Já com uma tequila na cabeça e algumas cervejas, fomos dançar a quadrilha que, ahhhh, esqueci de contar, eu não tinha ensaiado um passo sequer e tive que aprender tudo só pelo que a “minha algoz” tinha me falado e demonstrado, muito mais ou menos diga-se de passagem. Mas, aproveitando-me da minha habilidade de ator, fui no improviso mesmo e posso dizer que nos últimos tempos não me diverti tanto. Entrando em “cena” foi só loucura ou, como diz o título, aventura. Putz, que doideira, a noiva era na verdade um transexual que entrava de bicicleta e casava com uma lésbica (já que o STF liberou né, virou moda), o cumprimento de damas era na verdade uma coreografia funkística do sucesso “Quero Te Dar”, bem retribuído com uma também coreografia funk cuja música a cachaça não me permite lembrar. Até mesmo o “vô não, posso não” rolou e claro uma vez ou outra rolava na mixagem uns trechinhos de música de quadrilha. Depois disso, encontrei alguns amigos, conheci alguns amigos da minha par super legais e foi só diversão até a manhã seguinte. Então foi aí que começou o encontro entre a AVENTURA, A RECONTRUÇÃO E A MAGIA. Noite mágica como a muito eu não tinha, permeada por uma experiência teatral, da qual sinto falta também, visto que estou longe dos palcos desde 2008, mas isso é assunto para outro post.

Como a crônica é do fim de semana, vamos ao sábado e aquela proximidade com os amigos que eu já tinha falado bem antes aqui mesmo nesse post, bem como também aquela falta de compromisso gostosa que tenho aprendido a apreciar. Aliás, ultimamente tenho ido a festas legais e conhecido pessoas legais que jamais teria conhecido se ainda estivesse no famoso “status quo ante”. Dessa forma, tinha marcado de comer no restaurante japonês com uma amiga, coisa que não faço a mais de 6 meses, isso porque comida japonesa é minha favorita, mas nem eu e nem ela estávamos mais com ânimo de comer essa comida mais, vai saber porque. Então seguimos ainda bem cedo para uma pizzazinha cone na Rua da Lama, que adoro e dali ligamos para uns amigos e fomos parar com uma garrafa de absolut e 2L de energético na casa de um deles para capotar posteriormente no sofá da sala e acordar dormindo sentado com a luz do sol na cara e morrendo de frio. HEHEHEHEHEHEHEHE, que beleza essa falta de compromisso às vezes. Isso porque eu já tava gripado e com um tantinho de febre. Ahhh, claro, como poderia esquecer do almoço, uma costelinha de porco defumada feita no vinho com alecrim e ainda por cima um tutu de feijão que eu nem vou comentar aqui. Na volta do almoço, saltei perto do shopping e aproveitei pra testar a câmera do meu novo Nokia N-8 que comprei pra levar pra Espanha para produzir as matérias e o resultado foi esse:

Vista da 3ª Ponte com o Convento da Penha ao fundo

Domingão chegou e aquela dormida até 2 da tarde cancelou previamente uma feijoada que ia rolar, nada que impedisse a feijoada para a noite. Eu que achei que o fim de semana tinha acabado, cheguei em Vix e fui direto pro cinema ver "X-Man – Primeira Classe" com uma amiga e foi massa porque o filme é bom e a companhia e a pipoca também estavam, apesar da loucura para conseguir comprar o ingresso, mas fui ao cinema, mais um momento #mágico, visto que sou cinéfilo e não via um filme no cinema a mais de 6 meses, logo eu que já cheguei a ver, só no cinema, mais de 90 filmes em 1 ano. Para finalizar com chave de ouro, me empanturrei com aquela feijoada que tinha falado, com muita pimenta, hummmmmmmmmmmm, cujo resultado só descobri na segunda-feira, uma queimação total no estômago, mas valeu a pena. Aliás, (esse texto está cheio de aliás) esse, como os dois últimos finais de semana foram pura AVENTURA, RECONTRUÇÃO e MAGIA!!!

4 comentários:

  1. Seu texto está fluente, não se preocupe com o tamanho do post.
    Concordo quando fala das lembranças mal lembradas. Se soubermos lembrar não ficaremos acorrentados no passado ou estáticos no tempo.
    Você mandou bem na quadrilha..mas.... Algoz?? Autora do crime?? É assim que me intitula depois de te dar a oportunidade de participar da quadrilha "Mais bonita da cidade" e ganhar duas grades de cerveja? Muito bem meu caro... farei jus ao nome :)

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  2. Aliás, minha cara, como minha participação foi determinante para a vitória, quero saber quando poderei degustar essa cerveja gelada!!!

    E, "Algoz" and "Autora do Crime" é só um modo carinhoso de agradecer o mico!!! E pq vc não cita a parte do "não me diverti tanto em muito tempo"???

    RSRSRSRS

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  3. Tudo bem...está redimido.
    SObre a tendência das pessoas em consumir pequenas histórias, escrevi sobre isso no meu primeiro artigo sobre biografias e lembrei que o autor Sérgio Vilas Boas e outros autores acreditam que as pessoas consomem esse tipo de narrativa, como as das biografias, talvez pelo prazer de se identificarem e projetarem-se em outras vidas, de poder
    compartilhar sua própria história com outra pessoa e também pelo fato das pessoas estarem sempre em busca de um herói.

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  4. 1h da manhã e em vez de estar escrevendo meu pré-projeto de TCC estou eu cá, lendo esse texto fantástico. E posso afirmar: assim como você bem pondera no texto, deixar obrigações de lado pra se deliciar numa aventura pode salvar uma noite! É bom ver você passando por essa metamorfose (eu tbm estou passando por uma e não tem nada mais prazeroso). A sua estagiária, diga-se de passagem, é uma personagem fundamental disso. Ela é uma dessas pessoas boas que, na minha opinião, todo mundo deveria conhecer um dia. rs
    E quanto ao jogo de lembrar e esquecer, faz todo o sentido e mais pessoas deviam se dar conta disso, pra viverem mais leves...
    Foi mt bom ler tudo isso, continuaria lendo por horas se fosse um livro, rs. Portanto, don't worry, seu estilo agrada ao seu público-alvo!
    Mais divagações sobre a vida no próximo episódio, quando estaremos bebericando nossas merecidas 2 grades! :)
    Um abraço.
    Amanda

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