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terça-feira, 20 de novembro de 2012

SOMENTE, SÓ, SOZINHO, EU, SOLIDÃO E MEUS AMORES


Alguns dos meus poemas estavam um pouco empoeirados, então resolvi deixar sair um pouco do que tava guardado e escrever algo novo sobre algo velho. Amei com intensidade até aqui, mas percebo que as mulheres tem medo de serem amadas assim, sem medo, porque isso assusta. Tudo bem, sofri, e quem não sofre, mas finalmente me sinto preparado pra uma vida a dois, amor, cumplicidade e essas coisas e tais. Então, que tal?


De Amor em Amor Vou ficando Só
(Hugo Martinelli)

De amor em amor vou ficando só
Só a só, do pó ao pó
Queria a sós, só nós
Dois, mas vejo um só

Meu primeiro amor
Aquela da flor
Sem início, sem fim, não foi feio
Pobre de mim, foi só o meio

Por um outro amor verdadeiro
Eu a reencontrei, quase arteiro
Ela até que tentou
Hoje soube que se casou

De tanto amar, amei mais uma
Essa se deixou amar
Amor leve como uma pluma
Única que me amou, acabara de casar

A vida passou, a arte me chamou
Um amor confuso chegou
Idas e vindas, tórrido e louco
Se casou, foi por pouco

Depois um amor bandido,
Já nasceu banido
Em virtude do tempo, foi duro
Não havia futuro

Um amor de cabelo colorido
Havia surgido
Quando em um poema a transcrevi
Havia alguém, ela preferiu fugir

Houve um amor publicitário
Mas fui um otário
Não soube com seu tempo lidar
A deixei passar, outro lugar, outro amor, outro amar

Neste lugar, meu amor fui buscar
A princesa que pensei encontrar
Soube bem me usar, humilhar, magoar
Demorou, demorará, a rima aqui é perdoar

Houve ainda um amor ligeiro
Lisonjeiro, cicatrizante, fagueiro
Havia de ser intenso, e foi
Ela teve que me ver partir, e fui

Noutra terra cheguei, respirei e...
Logo me apaixonei
Pouco depois amei
Sem o que fazer, voltei

Quando aqui pisei, adivinha
Mais uma vez amei
Acabou rápido porque não sei
Minha que ser não tinha

A culpa é minha, nem me pergunto
Amo mesmo que por um segundo
Mesmo de sentimentos imundo
Meu coração com você inundo

Amor em amor, pranto
Pessoa certa, hora errada
Tempo ideal, pessoa nem tanto
Pequenos e grandes amores, minhas amadas

Te busco e te perco
Parece uma terrível repetição
Seria uma preparação
Não sei não

Te amarei com paixão
Me apaixonarei com amor
Seja minha eterna, minha cúmplice
Não me procure num índice

terça-feira, 13 de novembro de 2012

POEMA DE POESIA ENIGMÁTICA


ENIGMÁTICA

Não se feche, abra
Mostro meu sentimento
Palavra
Somente, sem cor, sem tom, nem entendimento

Dor é para eu sentir
Sono é para dormir
Cansaço é para redimir
O sexo sem compromisso, nem significado, pecado

Mesmo limitado pelos verbetes
Ainda posso ver-te
Sem um pouco de alegria ou de ficar contente

Nem ao menos teu sorriso, ou o riso
Apareceu, aparecida, margarida, na manhã de primavera florida
Traição, ou não, perverso ainda, estou de partida

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AMOR PRIMEIRO É AMOR VERDADEIRO


Nossa, há quanto tempo não posto nada. Tenho tanto a dizer e ao mesmo tempo tão pouca vontade de colocar no papel. A vontade é de gritar e algo vem a me calar. Espero voltar a escrever com mais frequência.

Hoje os deixo com algo que deveria estar aqui a tempo, muito tempo, porque é desde sempre. Não precisa entender, é só pra expressar algo sufocado.



MEU PRIMEIRO AMOR

De todos, dos loucos, intensos
Dos mais tortuosos, do amor lépido e fagueiro
Velas, violas, cores, sons, incenso
Vira, mexe, tempo, olhava pra ela, o primeiro

O primeiro amor, na alma ardor
A pureza da infantil dor
Daquele que nem sabe amor
Mal sabe amar

Minha primeira flor
Minha primeira dança
Um caso de ator
Um amor de criança

O tempo passa e passa o tempo sem parar
A vi beijar, pensei pensar
Nunca soube do seu chorar
Se ela soubesse quanto lhe quis amar

Todos os anos, ainda que algoz
Eu precisava ouvir sua voz
Desbravava qualquer dificuldade atroz
Para encontra-la, fala-la, deixa-la feliz

Pulando um pouco da história
Do que guardo na memória
Em uma amizade que não se finda
A vi radiante e ainda mais linda

Mas quando você não sabe mais o fardo que carrega
Deixa pra lá que a vida se encarrega
Foi um pequeno passo, um olhar do outro lado da rua
E no seu pequeno grande abraço, que vi a vida nua

Minha vida sem vista, minha vista sem vida
Me pareceu por um instante
Um pouco mais querida
Algo que mais me encante

Por tanto tempo deste tempo que não para
Eu que pensei estar sozinho no mundo
Pude ver que as pessoas são feitas em pares
Mesmo que sejam ímpares

Tocar os seus lábios é algo mágico
Ainda que nostálgico, fascinante, enigmático
Sensações, suspiros, sem palavras pra dizer
Talvez pra contar, pra escrever

Tinha que ser ela, justamente o primeiro
Que me lisonjeia com amor lisonjeiro
Quiçá serei seu primeiro amor verdadeiro
Sem saber se o derradeiro

Isso alguém escreveu em algum lugar
Pode procurar por aí
Nas histórias dos livros em que encontrar
Por aí, por lá, acolá, por aqui ou por ali

To confuso, to com medo
To carente, to feliz
To pensando, to acordando cedo
To com vontade de te dar um beijo na ponta do nariz

To louco, sóbrio, bêbado, chapado, maravilhado
Gostaria de ser seu príncipe encantado
To te querendo
To fechando o olho e to te vendo

To sem o que, sem porque
Sem dizer, pra que
Sem pra quem, com você
E sei lá mais o que

Que coisa, quero te ver logo
Quero escrever um livro
Quero te ver logo
Pra mais um beijo e um suspiro

Meu primeiro amor
Meu primeiro amar
Tinha que ser você
Mesmo que não saibamos o que fazer

Seja lá o que for, é o amor
Seja lá o que quer, deixo acontecer
Não deixe pra lá, por medo de tentar
Tinha que ser eu o primeiro a te amar

De tempo em tempo, mar em mar
Esse amor e amigo
verdade dizer/escutar
Faz amor comigo...